A tribo de Levi não tinha herança de possessões de terras em Canaã. Mas Deus havia separado aquela tribo para cuidar de tudo o que dizia respeito ao culto ao Senhor. Era uma responsabilidade que passava de pai para filho.
Eli era da tribo de Levi e sacerdote em Israel, porém a sua casa estava sendo rejeitada pelo Senhor. Seus filhos haviam tornado-se indignos. Era um ministério em ruínas, sem revelação, onde Deus não falava, um povo dirigido por si mesmo, sem discernimento, convivendo com o pecado e na frieza total.
“…e toda a multidão da tua casa morrerá quando chegar a idade varonil.” (I Sam 2:33)
Como Ana buscou Samuel assim buscamos esta Obra
Era um período de governo teocrático (governo dirigido por Deus através dos juízes de Israel). Deus falava diretamente com as autoridades, orientando todas as coisas. Mas naquela circunstância baixa e desprezível Deus não falava mais. Não havia visão manifesta e a lâmpada do templo de Deus estava se apagando. A presença do Senhor estava se esvaindo e breve estariam em trevas.
Porém antes que a lâmpada de Deus se apagasse no templo do Senhor, Deus levanta Samuel e diz “E eu suscitarei para mim um sacerdote fiel, que obrará segundo o meu coração e a minha alma, e eu lhe edificarei uma casa firme e andará sempre diante do meu ungido.”(I Sam 2:35)
Há mais de 40 anos esta era a situação da igreja tradicional, no Brasil, de onde saiu um grupo para dar início a esta Obra. Naquela circunstância, como no tempo de Eli, cada um dirigia-se a si mesmo, fazendo o que melhor lhe conviesse. Andavam sem direção, pois não havia nenhum discernimento do que era agradável ao Senhor.
Conheciam apenas de ouvir falar dos avivamentos espirituais e das maravilhas operadas ocorridos em outros países. Isso no entanto para eles era muito remoto. Achavam que o batismo pelo Espírito Santo havia sido uma experiência somente para a igreja primitiva. Não se lembravam das profecias descritas em Joel 2:28.
Por meio de servos que visitavam a igreja, esse grupo começa a ouvir sobre experiências vivenciadas em outros locais, sobre toda a obra que Deus podia realizar, do poder de Deus, dos dons espirituais, da plenitude da presença de Deus na vida de um servo.
A casa de Eli estava morrendo, assim como aquele ministério. Nessa circunstância esse grupo foi despertado para buscar e viver as suas próprias experiências, “antes que a lâmpada de Deus se apagasse no templo”. (I Sam: 3:3)
A entrega total de Ana
Da mesma forma que Ana buscou a Samuel, com oração, quebrantamento, entrega total e humildade, assim buscamos esta Obra. O voto de Ana foi perpétuo. Por toda a sua vida, Samuel seria Nazireu, Santo ao Senhor. Ana ofereceu ao Senhor o seu maior amor, o seu filho.
Diante daquela serva que clamava ao Senhor por um filho, Eli, sem discernimento, achou que Ana estava embriagada. Ele não tinha a revelação e a julgou embriagada porque olhava somente a aparência. O homem natural olha a aparência, mas o homem no Espírito vê, por meio da revelação, o coração.
Ana não estava embriagada. Ela estava cheia do Espírito Santo. A obra antiga não discerne a bênção do Espírito Santo e tomam os servos por loucos. No Pentecostes (Atos 2:15), o grupo reunido que participou do derramamento do Espírito Santo, foi tido, também, por embriagado. Viam a aparência e não discerniam no Espírito.
Nascimento da Obra
Esta Obra nasceu em meio a um povo insatisfeito com a realidade em que vivia e que escolheu seguir e ouvir a voz de Deus. O grande sinal naquele momento foi saber que Deus falava e dirigia aqueles que desejavam lhe obedecer.
Era o momento em que estavam amargurados, quebrantados, tinham fé no poder de Deus, queriam santificar as suas vidas e consagrá-las ao Senhor. E Ele os ouviu. “Vai em paz, e o Deus de Israel te conceda a tua petição que lhe pediste” (I Sam 1:17). Assim Ana partiu e não era mais triste o seu semblante. Assim a Obra tem caminhado com transbordante alegria no semblante.
Primeiras experiências
Pressionados pelos crentes tradicionais, esse pequeno grupo de servos de Deus se reuniu para tomar uma decisão: ficar e continuar como estavam ou sair para iniciar uma Obra na qual o Espírito Santo iria dirigir. Decidiram ouvir a voz do Espírito Santo e, aos poucos, mais e mais servos foram sendo agregados, chamados pelo Senhor, o dono desta Obra.
Esse grupo, então, começou a buscar orientações do Senhor sobre os locais onde poderiam orar e ter intimidade com o Deus. Ora estes irmãos buscavam ao Senhor à noite, nas praias, ora em bairros humildes nas imediações da cidade, onde havia uma pequena congregação de irmãos. Nem sempre existia energia elétrica e o local era de difícil acesso. . E nessa busca o Espírito Santo começou a operar com muito poder.
Ao conhecer o poder de Deus, as revelações, as visões, os sonhos e a alegria do Espírito Santo, os irmãos chegaram à conclusão de que era necessário mudar. Era necessário um espaço para buscar a Deus. E assim surgiu o primeiro Maanaim, que está localizado em Domingos Martins, também no estado do Espírito Santo.
O que diziam da Obra
Os que eram contrários à Obra que se iniciava, falavam que esta não iria prosperar, que teria duração máxima de um ano, semelhante aos críticos de Neemias quando naquele tempo realizava a Obra de Deus Eles não tinham discernimento e não podiam entender que Deus estava no meio de seu povo orientando e dirigindo todas as coisas.
Fundadores
Os fundadores desta obra são o Pai, o Filho e o Espírito Santo, que continuam operando no meio de um povo que deseja a mesma bênção. Joel profetizou no passado (Joel 2:28 a 31) e esta profecia está tendo livre curso no nosso meio nos dias hoje: “derramarei do Espírito sobre toda a carne”. Este é o último sinal para os fiéis se prepararem para a volta do Senhor Jesus.
Como Samuel foi um milagre na vida de Ana, que era estéril, ou seja, não geraria filhos, a Obra do Espírito Santo é um milagre para nós. Samuel era um sacerdote fiel, que agia segundo o coração de Deus para o qual o Senhor edificou uma casa firme e que andará sempre diante do seu ungido, na direção do Espírito Santo. Este é também o propósito desta Obra do Senhor.